CASTIGAR TEM PELO MENOS TRÊS CONSEQUÊNCIAS PARA OS SEUS FILHOS.
- Quando castigamos a criança estamos permitir que ela aceite, no seu inconsciente, que castigar é uma forma de estabelecer uma relação válida com os outros. Como pai e consultor educacional quero estabelecer e construir relações de respeito e empatia. Assim posso dizer o que sinto sem manipular ou fazer o outro sentir-se mal pelo que faz. Isso não muda nada. Apenas afasta as pessoas. A culpa nunca gera afeto ou amor. Nunca. Chamem-me estranho mas para mim o amor entre as pessoas que se amam é muito importante.
- CASTIGAR FAVORECE O CRESCIMENTO DA CULPA.
O castigo serve para a criança se sentir mal. Alguns pais dizem que utilizam o castigo para corrigir comportamentos. Mas o que normalmente acontece é que o castigo é utilizado para castigar o filhos e não o comportamento. E o castigo termina quando a criança já triste pelo que fez encara o pedido de desculpa como uma saída possível daquele estado emocional em que se sente rejeitado pelos pais. Este simples movimento emocional castigo-desculpa permite à criança aprender rapidamente que quando se sente triste por alguma coisa que não devia ter feito pode pedir desculpa que os pais voltarão a gostar dela. Por outro lado é também um mecanismo de alimentação da culpa da criança que se mantêm muitas vezes até à idade adulta. Saber pedir desculpa é importante. Mas aprender que pedir desculpa interrompe a minha tristeza não é positivo nem sequer verdade. Pedir desculpa honestamente serve para dizer ao outro que lamento o desconforto provocado pelo meu comportamento. E que estou comprometido em não repetir.
- CASTIGAR A CRIANÇA ALIMENTA O COMPORTAMENTO INDESEJADO
Muitas vezes ouvimos os pais dizerem que “és teimoso”, “és preguiçoso”, “és desobediente. Por isso estás de castigo.” Todas as afirmações que começam por um “és” são cimento intelectual para os autoconceitos das crianças. O cérebro guarda essa informação na zona que é responsável por armazenar todos os conhecimentos sobre o mundo e sobre si que lhe permitem tomar decisões.
Nenhum comportamento define uma pessoa. Teimosia, preguiça, desobediência, são estados emocionais. A criança está teimosa, está preguiçosa ou está desobediente. Se ela o fosse faria sempre isso. Sempre. E aí a sua vida seria um inferno. Da mesma forma que eu sou o Pedro quer esteja sentado, deitado ou a correr. O meu nome faz parte da minha identidade. Os meus comportamentos não. São apenas reflexo dos meus autoconceitos guardados
Por isso acredito que poucas coisas podem fazer pior a uma pessoa do que o reforçar sistemático de mensagens negativas sobre si própria que ficam desenhadas na sua memória.
Utilize o caminho positivo da modelagem comportamental. Seja o exemplo que quer ver nos seus filhos. Utilize mensagens positivas sobre o comportamento desejado. E elogie sempre que ele se manifestar. Seja de forma evidente ou subtil.
O amor que sente pelos seus filhos merece investimento atento. Mas é a mudança de que vai ser testemunha que validará o seu comportamento.