Numa época de desgaste rápido onde tudo acontece à velocidade da luz parece-me que não conseguimos acompanhar ritmo do que construímos.

Construímos uma sociedade rápida e sem tempo. Uma sociedade vítima de si própria. Falta-nos tempo. Tempo para estar sem mais nada. Para nos afastarmos do que não conta. Falta-nos tempo para cultivar o autoconhecimento. Mas resta-nos tempo para que outros, que não nos conhecem de lado nenhum, nos digam como e onde investir o tempo. É a lei da oferta e da procura. Se preguiças sobre a tua vida alguém vai querer vivê-la.

Esquece-mo-nos de muita coisa. De quem somos e de que energia somos feitos. Esquecer quem nos magoa é difícil. Mas lembrar uma verdade boa é ainda mais difícil. Mas somos feitos também de esquecimento. E às vezes esquecemos que a nossa vida só pode ser vivida pelo seu dono. Por quem, de uma forma ou de outra, decidiu viver assim.

E se alguém achar que sabe mais da minha vida do que eu isso é um sinal dos tempos. Sobretudo dos tempos que esse especialista da vida, dos outros, gastou sem olhar para a dele. Com toda a certeza não faz por maldade. Apenas ignorância de que cada um é livre para viver com o que acredita.

Se a luz que habita em mim sou eu, por que razão deixaria que outro a apagasse?

Não vejo por isso razão alguma para deixar que isso aconteça.

Se alguém te disser o que fazer. Se alguém te disser que não és capaz. Pelo menos guarda tempo para te aproximares ti.

Afasta a sombra que chega de outro.

Acende a tua luz.