Quando um pai ou mãe se demitem da sua obrigação de educar com respeito e adoptam a agressividade física, menta emocional ou energética como ferramenta pedagógica estão a contribuir para destruição da auto-estima da criança. Basta observar para constatar isto.
Estão também a “investir” numa futura pessoa que se entende como sozinha no mundo. Insegura. Pois as primeiras pessoas em quem confiou trataram mal a sua confiança. Estaremos perante um adulto incapaz de confiar no outro. De se dar ao outro de forma inteira. Estão a aumentar o “capital social” da tristeza do futuro adulto.
Estão a patrocinar um conjunto de crenças infalíveis para criar alguém que acreditará que é mais seguro não se deixará amar pelos outros do que correr o risco de sentir desprotegida perante o amor que lhe é entregue.
Em tenra idade esta criança começa acreditar que quem nos ama só nos pode querer mal. Por isso gostar sim mas amar está fora de questão. Amar faz mal será o mantra que a criança ouvirá na sua cabeça durante anos. Num som tão baixo que até se vai esquecer que os seus comportamentos e relações vão dançar ao ritmo dessas palavras.
Para as crianças agredidas de ontem, os adultos de hoje, resta a resiliência de acreditar que um dia o coração cansado de não amar deixará uma frecha de amor entrar.
Para as crianças de hoje resta a esperança que os adultos de ontem se deixem amar por elas.