Porquê cantar ou falar com os recém-nascidos? Porque eles estão “perceber” tudo o que os rodeia. Não de forma cognitiva. Mas com a consciência. Com a alma. Cantar ou falar com um recém-nascido dando-lhe as boas-vindas é um trabalho infinitamente positivo para ela. Bem como dar elogios. Verdadeiros elogios. “És um vencedor. Determinado que tu és. Fizeste um excelente trabalho durante todo este tempo. Obrigado pela confiança. Estou tão feliz por te ter nos meus braços.” São alguns exemplos que aconselho. Mas cada um saberá o que sente no momento. Até porque há coisas que não se dizem com palavras.

O que não faz sentido fingirmos que não está ali uma pessoa. Uma pequena pessoa no seu corpo físico de alojamento, mas uma consciência enorme de tudo o que a envolve. Uma alma que tal como nós inicia, no momento do parto, a sua jornada terrena. Passadas 9 luas está pela primeira vez desligada fisicamente da mãe. Precisa de carinho? Claro sim. Colo e palavras quentes de compromisso com o novo ser humano.

O bloco de partos é um lugar tendencialmente “frio”. A rotina pode convidar ao desapego dos afetos que fazem tanta falta neste momento. Mas acredito que em breve fará parte do protocolo médico e dos hábitos dos progenitores Acredito e trabalho para isso. E para a alma que acaba de ocupar o seu lugar no mundo é como ter a certeza que não está sozinha na nova aventura. Ecoará para sempre no seu inconsciente que foi bem recebida. Mal não faz. O bem que produz saberemos no futuro.

Em caso de não acreditar em nada disto não facilite. Pelo sim pelo não, não diga que o seu filho é feio, tem mau feitio ou é igual aos outros. Não só não é verdade como pode estar a dar razão a este texto.

Bem hajam todos profissionais de saúde que acompanham a certeza que um ser humano deve ser tratado com respeito e amor desde o momento do parto. Já há muitos assim. Conheço muitos. Mas precisamos de muitos mais.