Porque te sentes assim? Ou. O que tens? São rolhas emocionais. Verdadeiros bloqueios à comunicação entre pais e filhos.

Colocar estas questões a uma criança é como tentar abrir garrafa de champanhe empurrando a rolha para dentro.

As emoções não são fáceis de colocar em palavras. Descrever o que sentimos nem sempre é uma tarefa tranquila. E muitas vezes a dificuldade de expressão torna-se pretexto para não falar do que sentimos. O medo do julgamento instala-se e a ancora-se o barco da comunicação. As crianças também vivem esse desafio de dizerem o que sentem e navegar com os pais na aprendizagem do seu lado emocional.

E quando estão a sentir coisas não gostam que lhe perguntemos o está a acontecer com elas. Fazer essa viagem é como varrer o chão em dia de ventania forte. Para além de cansativo pode ser bastante frustrante. Preferem deixar o vento acalmar.

Já tinham o desafio de estar a navegar nas águas desconhecidas das suas emoções como ainda terão de dar explicações ao adulto?!

Será sempre mais útil e seguro que o adulto se instale por perto como o faroleiro se instala no farol. Sem nunca sair do seu lugar de adulto deixar que ao ritmo da criança as emoções ganham expressão natural. Se dar nomes às coisas ajuda aceitar as coisas é ainda mais poderoso. Sentir é tão natural como respirar.

As crianças falam mais facilmente com o adulto que escuta as suas emoções e as aceita sem crítica. Elas não precisam que concordemos com o que sentem. Precisam de ser ouvidas e “faroladas” na relação que estabelecem com o que sentem.

Sentir é o combustível saudável das acções do seu filho.